Aconteceu na noite deste domingo, no
Maracanã, a grande final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha. O
jogo esperado por muitos colocava frente a frente uma seleção que crescia a
cada jogo, buscava reencontrar seu futebol perdido desde a Copa do Mundo de
2006, e do outro lado estava uma seleção que não perdia oficialmente desde
2010, que dominava o futebol mundial nos últimos anos, a atual campeã do mundo.
Um duelo de estilos diferentes. Talvez 90% do mundo inteiro acreditavam em uma
vitória da Espanha que era franca favorita mesmo com o Brasil jogando em casa,
e os 10% que acreditavam no Brasil imaginavam uma vitória sofrida, suada, com
um gol ou dois de diferença em um jogo que a Espanha dominasse do início ao
fim, mas não foi isso que aconteceu.
O Brasil dominou, deu show e passeou sobre a
Espanha no Maracanã. Vitória por 3x0 com direito a show de Neymar e companhia,
os espanhóis ficaram perdidos contra um Brasil que lutou do início ao fim e não
deixou “a fúria” impor seu ritmo de jogo. No fim vitória brasileira, 3x0 no
placar, e o Brasil se sagra tetracampeão da Copa das Confederações (1997, 2005,
2009, 2013), conquistando um tricampeonato consecutivo, feito inédito na
história das competições organizadas pela FIFA.
AS SELEÇÕES
Brasil: a seleção brasileira entrava no
torneio com certo ar de desconfiança, há tempos sem mostrar um futebol
convincente e com um time que estava vindo de um longo processo de renovação.
Pouquíssimos jogadores com experiência de disputar uma Copa do Mundo e menos ainda
aqueles que haviam sido campeões com a amarelinha. Mas com a força da torcida,
o fato de jogar em casa, e um Neymar que reencontrou seu futebol, o Brasil veio
crescendo durante a competição e mostrando jogo após jogo que finalmente
tínhamos uma seleção com um estilo de jogo que alegrava o brasileiro. A equipe
não chegava à decisão como os favoritos, mas tinha a grande vantagem de jogar
em casa e o apoio absoluto dos torcedores que lotaram o Maracanã.
Espanha: os espanhóis chegavam à grande
decisão como os favoritos. Donos de um futebol que envolve o adversário, que
dominam a posse de bola com toques rápidos até surgir um espaço para chegar ao
gol. Na Copa das Confederações não foi diferente, o “tic taca” foi apresentado
desde o primeiro jogo no torneio. A Espanha vinha há 29 partidas invictas em jogos oficiais,
à última derrota foi na estreia da Copa do Mundo de 2010. Uma seleção forte,
entrosada com 10 dos onze titulares tendo sido campeões do mundo, o time era
embalado pelo bicampeonato europeu em 2012 e a conquista da Copa do Mundo de
2010.
Em 2007 a FIFA escolheu o Brasil como sede da
Copa do Mundo de 2014, o que colocaria o país também como sede da Copa das
Confederações de 2013 que é o torneio teste para a Copa do Mundo. Como país
sede, o Brasil garantiu sua vaga no torneio. No sorteio dos grupos, a seleção
foi colocada frente a frente com Japão, México e Itália. No primeiro jogo
diante dos japoneses em Brasília vitória brasileira por 3x0 com show da
seleção. Na segunda rodada o Brasil enfrentava o México, show de Neymar em
Fortaleza e vitória dos donos da casa por 2x0. Já classificado, o Brasil
enfrentava a Itália em Salvador, o duelo valia a primeira colocação do grupo, a
seleção brasileira mais uma vez deu um show tático além de ser empurrada por
uma torcida maravilhosa (como aconteceu em todo o torneio), vitória por 4x2 e
primeira colocação garantida. Na semifinal duelo sul-americano em Belo
Horizonte contra o Uruguai, jogo difícil, complicado, mas mesmo assim o Brasil
venceu com um gol no fim, 2x1 e vaga na final garantida.
Os espanhóis garantiram vaga no torneio
depois de serem campeões mundiais em 2010, a vaga ainda foi consolidada pelo
título europeu em 2012. Na estreia em Recife, vitória sem dificuldades sobre o
Uruguai por 2x1. No segundo jogo no Rio de Janeiro a Espanha usava os reservas
para enfrentar a seleção amadora do Taiti, vitória incontestável espanhola por
10x0. Na terceira rodada, vitória por 3x0 sobre a Nigéria em Fortaleza para
selar a classificação e a primeira colocação do grupo. Fortaleza voltava a
receber os espanhóis na semifinal europeia contra a Itália, jogo duro do início
ao fim e empate por 0x0 e decisão nos pênaltis que contou com 14 cobranças,
sete para cada lado, vitória espanhola por 7x6 nos pênaltis e vaga garantida na
decisão.
O Maracanã estava lotado para acompanhar a
partida mais esperada do torneio, de um lado a melhor do mundo Espanha e do
outro o Brasil, donos da casa tentando reconquistar a hegemonia do futebol. O
balde de água fria foi jogado sobre os espanhóis logo no início do jogo. Antes
de completar dois minutos de jogo David Luiz lançou uma bola no peito de Hulk
que dominou e cruzou, depois de um bolo na pequena área, Fred caído diante de
Casillas mandou a bola para o fundo da rede, 1x0 Brasil. A Espanha sentiu o
baque e ficou perdida em campo sem conseguir impor seu ritmo em um Brasil que
marcava forte e pressionava como os espanhóis não eram pressionados
há anos. Paulinho quase que marcou um fantástico gol de cobertura de fora da
área, mas Casillas salvou o gol. Escanteio para a Espanha e o Brasil iria
acertar um incrível contra-ataque, mas Aberloa fez faltar em Neymar que
arrancaria sozinho contra o goleiro.
A Espanha aos poucos se recuperou do baque e
começou a tocar a bola como sempre faz. A posse de bola voltou a ser da Espanha
que arriscou alguns chutes de fora da área sem perigo algum para Júlio César.
Aos 32 minutos Neymar deixa Fred cara a cara com Casillas, o camisa 9 bate para
defesa do goleiro espanhol. Minutos depois erro de marcação brasileira,
contra-ataque espanhol, arrancada de Pedro que ficou sozinho contra Júlio
César, o camisa 11 bateu, a bola passou pelo goleiro, mas David Luiz se esticou
para salvar o gol em cima da linha. A noite parecia ser mesma brasileira, e aos
44 minutos contra-ataque do Brasil, Oscar tocou para Neymar que carregou até a
boca da área e devolveu para Oscar, o camisa 11 voltou a bola o 10 brasileiro
que ficou de cara com o goleiro, chute forte de Neymar no ângulo e 2x0 para o
Brasil.
Novamente aos dois minutos, mas dessa vez do
segundo tempo, passe de Hulk, Neymar deixou a bola passar para Fred que de
primeira bateu rasteira no canto, a bola ainda tocou nas pontas dos dedos de
Casillas antes de morrer no fundo da rede, Brasil 3x0. Del Bosque mexeu,
colocou Navas para tentar incendiar o jogo, e aos nove minutos o camisa 22 foi
derrubado na área por Marcelo, pênalti para os espanhóis. Mas a noite não era
mesmo da Espanha, Sérgio Ramos na cobrança e bola para fora. O domínio
brasileiro continuou, Neymar partiu para cima de Piqué, o garoto brasileiro
conseguiu o drible, ia ficar de cara com o gol, mas o zagueiro o parou com
falta, Piqué expulso, e Espanha com 10 em campo. O show brasileiro continuou, a
festa da torcida também que gritava “olé” até o apito final que decretou,
Brasil tetracampeão da Copa das Confederações.
A Copa das Confederações serviu para mostrar
que o Brasil finalmente está começando a encontrar uma equipe para a Copa do
Mundo, ainda falta um caminho para percorrer, a seleção ainda não é a melhor do
mundo, mas tem tudo para ser no próximo ano, o grupo ainda precisa evoluir
muito para chegar nesse nível. Jogadores com mais experiência internacional
devem ser agrupados ao elenco. Não é porque ganhou da Espanha que a seleção
está preparada, muito pelo contrario, agora deve se evitar o salto alto e
lembrar que em 2014 as seleções serão mais fortes e estarão mais focadas para
conseguir o título, será um torneio diferente com um grau mais elevado. O
Brasil se continuar neste caminho e melhorar aonde têm que melhorar terá tudo
para ser uma das favoritas a conquista da Copa do Mundo.
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